domingo, 20 de junho de 2010

NÃO À USINA DE BELO MONTE !

Usina de Belo Monte – uma discussão que já dura mais de 20 anos.
Lembram da índia Tuíra?


a kaiapó que ameaçou com um facão o então presidente da Eletronorte (atual Eletrobrás) José Antonio Muniz? Aconteceu em 1989, no 1o Encontro dos Povos Indígenas, em Altamira (PA) quando o mesmo apresentava o projeto da Usina de Belo Monte, que na época chama-se usina de Kararaô.
A cena foi registrada pela imprensa mundial e ficou na história. Naquela época os ambientalistas já lutavam contra o projeto, devido aos seus impactos ambientais pouco estudados.
Em 2008, outro protesto, agora em Brasília, outro dia, outro funcionário do governo, mesma índia e ainda mesmo problema – uma obra  gigantesca que ameaça o equilíbrio ecológico e sócio ambiental da região do Rio Xingu, na Amazônia.

Concebida no governo de Ernesto Geisel em 1975 como parte dos projetos de exploração do potencial da Amazônia. Nos anos 80 foram propostas a construção de mais 6 usinas na região. Em 1994 o projeto de Belo Monte foi remodelado, devido à pressão dos ambientalistas. Em 2008, o Conselho Nacional de Política Energética decidiu que somente o projeto de Belo Monte seria levado ao término.
Em 2009 foi realizado novo Estudo de Impacto Ambiental e em fevereiro de 2010 o Ministério do Meio Ambiente deu a licença prévia para a construção – antes dos resultados do estudo! Em abril de 2010 foi feito o leilão de licitação com a vitória do Consórcio Norte Energia liderado pela construtora Queiroz Galvão e pela Chesf (Centrais Elétricas do São Francisco).

Se construída, será a terceira maior do mundo em capacidade, a segunda é Itaipu, também no Brasil e a primeira maior fica na China.
Com capacidade prevista de 11 mil MW nos momentos de máxima produção, mas a média calculada é de 4,5 mil MW, porque o Rio Xingu tem suas épocas de cheia e vazantes, dependendo da época do ano.
O custo calculado da obra de R$19 bi (algumas construtoras já estimam em R$30bi) será financiado pelo PAC - Plano de Aceleração do Crescimento – nos lembra a época do desenvolvimentismo na ditadura militar, que custou um endividamento do Estado e pago com 10 anos de inflação – e Lula era o maior crítico deste desenvolvimentismo na época!!
Iam participar do leilão um grupo liderado pela Andrade Gutierrez e outro pela Camargo Corrêa. A Camargo saiu do páreo e o governo lançou medidas para estimular o leilão, como um desconto de 75% do IR nos primeiros dez anos de operação e um financiamento de 80% pelo BNDES – leia-se PAC ou Tesouro Nacional - com prazo de 30 anos para pagar. Um subsídio bem a La Geisel – os empresários comerciais e industriais serão os maiores consumidores desta energia e povo quem pagará.

Impactos:
Francisco Hernandez, pesquisador do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP afirma que a usina provocará uma interrupção do Rio Xingu em 100 Km, o que atrapalhará a vazão de suas águas, prejudicando a população ribeirinha e os índios da região, e não será eficiente em termos de produção de energia (variação ao longo do ano entre 28.000 m3/s e 800 m3/s) o que reduz a 39% da energia do seu potencial total.
Serão inundadas aproximadamente 520 km2 de terras pertencentes a três municípios, Altamira, Vitória do Xingu e Brasil Novo. Nesta região estão 30 comunidades indígenas, 8 unidades de conservação ambiental, 4 reservas extrativistas, e milhares de pessoas serão desalojadas.
Segundo o diretor de licenciamento do IBAMA Pedro Bignelli nega que comunidades indígenas serão atingidas e que há projetos de preservação da fauna e flora – quais??
O Ibama impôs uma série de 40 condicionantes socioeconômicas e ambientais ao projeto. ???
O Ministério Público Federal ajuizou inúmeras ações contra esta construção – devido às irregularidades, mas o governo mandou suspender todas as ações – isso não te parece uma ditadura travestida de democracia???

Outros sites para consultas:

Leia aqui sobre as reuniões públicas efetuadas com a população local


Construção da Usina denunciada à ONU

Documento para baixar – Pareceres de cientistas sobre o EIA

Tuíra em Brasília em 2009

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